28 junho, 2013

2

Tenho saudades dos nossos beijos longos no sofá da sala, eu no teu colo, sentada virada para ti, as tuas mãos no meu rabo, as minhas no teu cabelo. Tenho saudades de quando me deitavas no sofá e me punhas as mãos dentro das calças, me movimentavas e me davas a respiração acelerada cheia de prazer. "Vamos lá para dentro?", dizias enquanto me levantavas. "Sim", e ali nos descalçávamos, tirávamos os casacos e íamos até ao teu quarto. Não qual se deitava primeiro, mas seja qual for, nós trocávamos. Eu em cima e tu tiravas-me as camisolas, trocávamos, eu tirava-te a ti. Até ficarmos de boxers e cuecas. Levantavas-te e eu tirava-os. Ficava com o ele à altura da minha cara. Chupava-te. Levantava-me e despias-me as cuecas. "como é que queres?". (...) A seguir a isto vinha o suor, o prazer, o barulho, o cabelo com nós, a respiração muito acelerada, o coração a bater muito depressa ! "Aii!", "Djisus!" , "tu és tão bom!" (...) Tenho saudades de ter prazer contigo. Tenho saudades dos carinhos no final, dos mimos, das festinhas, do nosso calor, do nossos beijinhos menos salivados, das tuas mãos a passear no meu corpo, a pararem onde te convinha. Tenho saudades de me entregar a ti, saudades de ser tua, toda tua. Saudades de estar nos teus braços. Saudades de quando me fazias a rapariga mais feliz do mundo. Tenho saudades de descontrair no teu corpo suado e macio enquanto me elogiavas e me acolhias entre os teus braços fortes. 

10 junho, 2013

1

Acordei cedo. O quarto estava virado do avesso, como a minha cabeça. Os meus olhos estavam baralhados. Procurei a roupa, a fazer o mínimo de barulho e dirigi-me à porta do quarto. Abri-a e ele olha-me nos olhos: "dorme, eu já volto" - sussurrei. Fui até à casa de banho, olhei-me ao espelho, havia um fundo preto por baixo dos meus olhos. Enchi as mãos de água e levei-as à cara. Voltei ao quarto e ele já estava, de novo, embrenhado nos lençóis a dormir. Entrei de novo na cama e, encostada, comecei a olhar para a desarrumação do quarto. O meu vestido estava na cadeira, por baixo da camisa dele. Eram ambos rosa velho. Se aquilo ali estava, alguém ali pôs, pensei. Ao lado da mesa de cabeceira, no chão, dois preservativos usados. Comecei a tentar reconstruir a noite mas não consegui. Lembro-me do vento na cara durante uma viagem de carro que não sei onde começou, uns tombos nas escadas e não me lembrava como ali tinha vindo parar. Olhei para as horas, era muito cedo para o acordar. Aguardei que o fizesse por ele. Não tardou muito. Alcançou-me com um olhar e sorriu-me. "Então?" proferiu ele. "Não me lembro de nada" e aproximei-me dele. Riu-se. "Pois é normal, depois daquilo que bebeste". Pedi-lhe que me contasse o que aconteceu. Olhava para mim de forma estranha, não sabia se havia de rir ou tornar o assunto sério. Contou pouco mas o que eu queria ouvir. Foi ele que me vestiu o pijama, me deitou e eu insisti tanto para que o fizéssemos que me punha em cima dele para o provocar. Não disse que não porque sabia que sou mais teimosa. Fizemo-lo no chão. Ele tratou de tudo. Até segurar-me. Proferi coisas nunca antes ditas por mim e não sei que sensação foi a dele.  "Foram duas vezes e eu não me lembro!" Isto não me saía da cabeça. Isto e "Ele tratou de mim, fez as minhas vontades e cuidou de mim". Beijei-o para lhe agradecer. Aproximei-me o mais possível dele e beijei-o com todo o meu amor partilhado naquela saliva. Sentido, prolongado, nosso. Subi para cima dele, uma perna de cada lado dele e movimentei-me para o excitar.  Entrou e, sem qualquer movimento, já estava rendida. Devagar foi avançando e, quando dei por mim estava lá, no auge, a querer gritar, agradecer e dizer-lhe o quanto é perfeito. Sorri, inclinei-me para a frente e encostei a minha bochecha à dele, senti a barba a picar-me. Sussurrei-lhe um "Tu és tão bom" com a respiração ainda ofegante e com o coração acelerado. Há momentos que nunca deviam acabar. Sentir o teu calor, o teu cheiro, a tua respiração, as tuas mãos, a tua pele suada, o teu prazer e a ele, dentro de mim é a melhor sensação do mundo. Não é só sexo, é amor. Muito amor! É gostar de cada poro teu, de cada milímetro do teu corpo, de cada pedaço de ti. É amar-te a ti, meu homem, e ter-te ali, debaixo de mim, em cima de mim, ao meu lado, atrás, à frente e admirar cada perspectiva, cada ângulo. E isto não pode ser só sexo. (...)