29 março, 2014

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Conheci-te de todas as formas. Conheci tanto o teu lado apaixonado e feliz como o nervoso e triste. Conheci tanto o teu lado chateado e amuado como o alegre e divertido. Conheci o teu estado alterado pelo álcool, conheci-te zangado, furioso, a praguejar com os braços. Conheci o teu lado de "reclamão", de queixoso. Conheci o teu lado amoroso, lamechas e fofinho. Conheci o teu lado orgulhoso, nos dois sentidos, no bom e no mau. Conheci o teu carinho e preocupação com quem te rodeia. Conheci a forma como lidas com as situações complicadas. Conheci o teu melhor sorriso, a tua risada mais alta. Cheguei a conhecer o teu lado emocionado e vi os teus olhos brilhantes (poucas vezes). Conheci-te nu com mais alguns quilos, com menos esses quilos, suado, sujo do trabalho, com roupas antigas, com roupas a ser estreadas, acabado de sair do banho, com o teu pénis erecto, com teu pénis no estado normal. Conheci-te a arder de prazer, conheci-te sem disposição para isso (poucas vezes). E queres saber? Apaixonei-me de todas as formas. Apaixonei-me sempre que conheci um estado novo teu. Pode não ter sido à primeira vez mas aprendi a amar cada um dos teus estados. Viciei-me em ti, no teu amor, no teu sexo, no teu prazer, no teu corpo, no teu cheiro, na tua voz, no teu toque... Como se tivesses ficado marcado em mim. Não quero agarrar-me a outro corpo nu que não o teu, não quero conhecer os mil estados de outra pessoa, não quero substituir o teu lugar há tanto tempo marcado e preservado por nós. És meu, eu não te sei largar e não quero saber. 

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